Patricia Ferraz - A música em mim

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Niterói, RJ, Brazil
Produtora Cultura e Lighting Designer. Tornou-se conhecida por assinar a curadoria, direção de produção lighting designer, agenciamento artístico em projetos, shows, programas de TV, com alto reconhecimento de público e da crítica especializada. Atua no cenário cultural desde 1994. Desde 2007 vem ministrando pelo Brasil o Curso de Produção Cultural e Workshop de Iluminação APRENDA COM QUEM FAZ , também com um retorno expressivo de público e imprensa. Nesse trilhar já formou mais de 400 alunos e continua na estrada com o curso, onde ensina de maneira prática os segredos dos bastidores em produção e na iluminação em shows. Bem vindos ao meu universo musical.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Noel Rosa por Flávio Carpes

Hoje é a vez do grande nome da nossa música falecido mais precocemente. Noel de Medeiros Rosa nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, tornando-se anos mais tarde conhecido como o "Poeta da Vila". Morou durante seus vinte e seis anos e meio de vida na mesma casa na rua Teodoro da Silva, que tempos depois seria demolida para a construção de um prédio residencial que leva seu nome. Teve em seu nascimento fratura e afundamento do maxilar provocados pelo fórceps, além de uma pequena paralisia na face direita, que o deixou desfigurado para o resto da vida, apesar das cirurgias sofridas aos seis e doze anos de idade.

Quando tinha apenas 13 anos, começou a tocar bandolim de ouvido e violão, que aprendeu com o pai, seu primo Adílio e os amigos Romualdo Miranda, Vicente Sabonete e Cobrinha.

Já dominando o instrumento, fazia serenatas com o irmão no bairro de Vila Isabel em 1925. Nesse mesmo ano, conheceu o compositor Sinhô, de quem tornou-se grande admirador. Sem deixar de lado o violão e as serenatas, em 1929, ao terminar o ginásio, preparou-se para a Faculdade de Medicina, que viria a abandonar três anos depois. Em 1929, os moradores de Vila Isabel e alunos do Colégio Batista, Almirante, Braguinha, Alvinho e Henrique Brito, formaram um grupo musical, o Flor do Tempo, que se apresentava em festas locais. Quando foram convidados para gravar, o grupo foi reformulado, mudando o nome para Bando de Tangarás.
O compositor, que já tinha fama de bom violonista no bairro, foi convidado por Almirante e Braguinha para juntar-se ao grupo.

Teve paixões por mulheres que se tornaram musas de alguns de seus sambas, como no caso de Ceci, dançarina de um cabaré da Lapa. Para ela, compôs "Dama do Cabaré" e "Último desejo". Casou-se com Lindaura, em dezembro de 1934. Na verdade, o casamento ocorreu por pressão da mãe da moça, pois Lindaura tinha apenas 13 anos, dez a menos do que ele. Grávida, ela perderia o filho meses após o casamento. A união com Lindaura não modificou seus hábitos boêmios, que acabariam por comprometer irremediavelmente a sua saúde.
No início de 1935, já com os dois pulmões lesionados, viajou com a mulher para se tratar em Belo Horizonte, onde se hospedou na casa de uma tia. Porém, o tratamento durou poucos dias, pois o compositor logo começou a freqüentar os bares e o meio artístico da cidade, apresentando-se até na Rádio Mineira. Ainda em Minas, em maio desse mesmo ano, recebeu a notícia do suicídio do pai, que se enforcou na casa de saúde onde estava internado para tratamento dos nervos.
Apresentando algumas melhoras, em setembro retornou ao Rio de Janeiro. Contudo, em fevereiro de 1936, viajou para Nova Friburgo, na ragião serrana do Rio de Janeiro por ordens médicas. Mesmo assim se apresentou no cinema local e freqüentava os bares da cidade. Retornou ao Rio bastante adoentado. Por sugestão de amigos e familiares, foi para Barra do Piraí, em abril do mesmo ano, em busca de repouso para tentar curar a tuberculose. Após uma semana começou a sentir arrepios e a passar mal. Na manhã de dois de maio, voltou ao Rio com Lindaura, às pressas, em estado muito grave, do qual não conseguiria se recuperar.
Morreu na noite do dia quatro de maio, enquanto em frente à sua casa comemoravam o aniversário de uma vizinha numa festa em que tocavam suas músicas.
Entre outras canções com diversas parcerias, Noel deixou clássicos como “Filosofia”, "Eu vou pra Vila", “Pra que mentir”, "Conversa de botequim", "Feitio de oração", "Três apitos", "Fita amarela", "Palpite infeliz", "Feitiço da Vila", "O orvalho vem caindo", "Até amanhã", "Com que roupa", "Dama do cabaré", "Filosofia", "Não tem tradução", "Gago apaixonado", "Último desejo", "Pierrô apaixonado" e "As pastorinhas". Flávio Carpes

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