Patricia Ferraz - A música em mim

Minha foto
Niterói, RJ, Brazil
Produtora Cultura e Lighting Designer. Tornou-se conhecida por assinar a curadoria, direção de produção lighting designer, agenciamento artístico em projetos, shows, programas de TV, com alto reconhecimento de público e da crítica especializada. Atua no cenário cultural desde 1994. Desde 2007 vem ministrando pelo Brasil o Curso de Produção Cultural e Workshop de Iluminação APRENDA COM QUEM FAZ , também com um retorno expressivo de público e imprensa. Nesse trilhar já formou mais de 400 alunos e continua na estrada com o curso, onde ensina de maneira prática os segredos dos bastidores em produção e na iluminação em shows. Bem vindos ao meu universo musical.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Dolores Duran por Flávio Carpes

Dando sequência à série de grandes talentos, que apesar de suas rápidas trajetórias deixaram-nos grandes legados, vamos lembrar hoje Adiléia Silva da Rocha nasceu no Rio de Janeiro em 07 de junho de 1930. Filha de um sargento da Marinha, começou a cantar muito cedo e conquistou o primeiro prêmio aos dez anos de idade, no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso, no qual passou a se apresentar com frequência, dando início à sua carreira artística. Quando Adiléia tinha 12 anos o pai faleceu e, a partir de então, teve que sustentar a família, cantando em programas de calouros e trabalhando no rádio como atriz.
A partir dos 16 anos adotou o nome artístico Dolores Duran. Autodidata, cantava em inglês, francês, italiano e espanhol, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi na voz dela que ouviu a melhor interpretação do clássico My Funny Valentine.
No final da década de 1940, Dolores estreou na Rádio Nacional, tendo sido contratada para se apresentar ao lado de nomes como Chico Anysio e Ângela Maria. Em 1951, teve um relacionamento amoroso com João Donato, que não durou devido à oposição da família dele, então com 17 anos, enquanto Dolores tinha 21.

A estréia de Dolores em disco foi em 1952, gravando dois sambas para o Carnaval do ano seguinte: Que bom será (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Marquez) e Já não interessa (Domício Costa e Roberto Faissal). Em 1953, gravou Outono (Billy Blanco), e Lama (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas Canção da volta (Antonio Maria e Ismael Neto), Bom querer bem (Fernando Lobo), Praça Mauá (Billy Blanco) e Carioca (Antonio Maria e Ismael Neto).
Em 1955, casou-se com o radioator e músico Macedo Neto. No mesmo ano, foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada em um hospital. Dolores resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram com relação ao cigarro e à bebida, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida.
Em 1956, fez sucesso com a música Filha de Chico Brito, composta por Chico Anysio. No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores uma composição dele com letra de Vinícius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início de carreira. Em três minutos, Dolores pegou um lápis e escreveu outra letra para a música "Por Causa de Você". Tom mostrou a letra a Vinícius, que encantado, cedeu o espaço a Dolores. Foi revelado, a partir daí, o talento de Dolores para a composição e grandes sucessos se sucederam, como Estrada do Sol, Idéias Erradas, Minha Toada e A Noite do Meu Bem, entre outros.
Dolores passou por uma gravidez tubária, interrompendo o sonho de ser mãe. Em 1958, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa. De volta ao Brasil adotou uma menina órfã, Maria Fernanda Virgínia da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores e não tendo a menina qualquer parentesco com ele.
A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes músicas da MPB, como Castigo, A Noite do Meu Bem, Olha o Tempo Passando e Estrada do Sol, entre tantas outras.
Em 23 de outubro de 1959, aos 29 anos, sofreu outro infarto, desta vez fulminante, e deixou seu nome escrito na história da música brasileira. Mais um grande talento que se foi e que tem-se a impressão, pela intensidade com que viveu e produziu, que sabia que sua passagem por aqui seria rápida, mas marcante.

Um comentário:

  1. A obra de dolores é linda!
    Artistas intensos passam por aqui muito rápido.
    bjs
    Gil

    ResponderExcluir

DEIXE AQUI SEU ALÔ