Patricia Ferraz - A música em mim

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Niterói, RJ, Brazil
Produtora Cultura e Lighting Designer. Tornou-se conhecida por assinar a curadoria, direção de produção lighting designer, agenciamento artístico em projetos, shows, programas de TV, com alto reconhecimento de público e da crítica especializada. Atua no cenário cultural desde 1994. Desde 2007 vem ministrando pelo Brasil o Curso de Produção Cultural e Workshop de Iluminação APRENDA COM QUEM FAZ , também com um retorno expressivo de público e imprensa. Nesse trilhar já formou mais de 400 alunos e continua na estrada com o curso, onde ensina de maneira prática os segredos dos bastidores em produção e na iluminação em shows. Bem vindos ao meu universo musical.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Leros e Leros, por Flávio Carpes.

Esta quinta-feira eu queria começar a falar de artistas que se foram e deixaram pra quem ficou um legado de composições ou gravações, cantadas ou tocadas, ...artistas que, por qualquer razão, viveram pouco; músicos, cantores, compositores que tiveram pouco tempo para mostrar seus talentos, mas o que tempo que tiveram já foi suficiente. Malditos ou queridos, esquecidos ou não, escreveram seus nomes na história da cultura brasileira.

E que tal começar por Sérgio Moraes Sampaio?
Cantor e compositor, nascido em Cachoeiro de Itapemirim,Espírito Santo, em 13 de abril de 1947 e falecido no Rio de Janeiro em 15 de maio de 1994 e, sobre quem, o Jornal “O Estado de São Paulo” publicou uma matéria no último dia 12, da qual reproduzo parte aqui.
Discípulos revivem Sérgio Sampaio: Cantor ''maldito'' que morreu esquecido há 15 anos vira culto de novas bandas e até seu túmulo é comparado ao de Morrison.

Morto há 15 anos, aos 47 anos, o cantor e compositor capixaba Sérgio Sampaio vive um curioso caso de renascimento circular. No Espírito Santo, no sábado e domingo, garotos de bandas novíssimas (Boca do Mato, Lua e Geo Venttannia), que tocam suas músicas, farão um tributo ao poeta em Barra do Jucu, uma praia a 40 km de Vitória (ES). Alunos de uma escola da região mostrarão documentário que produziram sobre o artista, e admiradores de todos os quadrantes rumarão para o litoral capixaba.

"Vai ser uma reunião de malucos, uma romaria de sampaiófilos", antevê o documentarista João Moraes, primo de Sérgio Sampaio e organizador das jornadas. Haverá shows também em Vitória, no clube Espírito Jazz, com o grupo Tangos e Outras Delícias, liderado por Juliano Gauche. Em São Paulo, o grupo Cérebro Eletrônico é um dos mais animados discípulos de Sampaio. No Rio, a banda Boato toca seu repertório.

Sérgio Sampaio integra uma galeria de "malditos" da MPB, que incluiria Melodia, Itamar, Torquato Neto, Macalé, Mautner e Arrigo. Não à toa, foi parceiro de Raul Seixas em seu primeiro disco, “A Sociedade da Grã-Ordem Cavernista Apresenta: Sessão das Dez” (1971). Ao morrer de pancreatite, em 15 de maio de 1994, Sampaio tinha legado ao futuro apenas um hit, a música Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, de 1972, que ganhou o Festival Internacional da Canção ao ser apresentada no Maracanãzinho naquele ano. Mas a sua obra é vasta, reunida em quatro discos e um póstumo, Cruel, lançado por Zeca Baleiro. Em 1998, artistas como João Bosco, João Nogueira, Eduardo Dusek, Luiz Melodia, Lenine, Zé Ramalho, Chico César e outros gravaram O Balaio do Sampaio, que ajudou a recolocar o nome de Sampaio na ordem do dia.

Mas, para João Moraes, o culto novíssimo em torno do artista não tem nada de saudosista. É pela internet que jovens de 14, 15, 16 anos estão descobrindo e adotando a poesia de Sérgio Sampaio como referencial. "É um fenômeno na web. Trata-se de uma galera que nunca viu Sérgio vivo, que nunca o tinha ouvido antes, mas já forma várias comunidades, páginas no MySpace. Para eles, é uma descoberta", diz o cineasta.

Em abril, na véspera do show de 50 anos de carreira de Roberto Carlos, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), em plena celebração do “Rei”, o culto a Sérgio Sampaio deu as caras na Praça Jerônimo Monteiro, no centro da cidade. Cerca de 200 pessoas se reuniram para ouvir a banda Tangos e Outras Delícias, que toca um repertório inteiramente sampaiófilo.

O cantor que liderava a banda-tributo, Juliano Gauche, era tão parecido fisicamente com o cantor morto em 1994 que até a família se espantava. "Hoje eu encontrei o túmulo de Sérgio Sampaio depois de procurar muito, e fui lá e me deitei no túmulo dele, e foi como se estivesse no túmulo de Jim Morrison", disse Juliano à plateia, comparando divertidamente o pequeno cemitério de Cachoeiro com o de Père Lachaise, em Paris.

No ano passado, a poética de Sérgio Sampaio foi examinada em um livro ensaístico lançado no Espírito Santo, Eu Sou Aquele Que Disse - Estudos e Impressões Sobre a Obra e a Vida de Sérgio Sampaio, publicado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). "Penso que as letras de Sérgio Sampaio se irmanam aos poemas da geração marginal sobretudo por um desejo, eu diria romântico, para não dizer utópico, de aproximar, à beira da indistinção, poesia e vida", diz o ensaísta Wilberth Salgueiro, doutor em Teoria Literária pela UFRJ. (Fim da reportagem)

Seja como for, maldito ou não, me lembro muito bem de na minha adolescência ouvir no rádio mais do que uma música de Sérgio Sampaio e de jamais ter esquecido os versos... Meu amigo...um dia eu ouvi maravilhado no radinho do meu vizinho seu “rockzinho” antigo....foi como se alguma bomba houvesse explodido no ar....ou ainda...Leros e leros, traga branco seu sorriso...em que rua em que cidade, eu fui mais feliz...... ou seja, maldito ou não, Sérgio Sampaio tocava no rádio. Que bom!!! Que sorte a nossa!!! E me veio agora uma pergunta....de que será que Sérgio se fez no seu encontro com Deus....de moderno ou de eterno? Pra mim, ele foi os dois. Flávio Carpes

Um comentário:

  1. Flávio querido ter você como parceiro aqui no blog aquece por dentro.
    Deixo aqui um link onde podemos ouvir um pouco o talento de Sérgio Sampaio.
    http://www.myspace.com/velhobandido

    Beijoca sonoras
    Patricia Ferraz

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